terça-feira, 24 de setembro de 2013

RIMA FÁCIL


Caía na rima novamente. Tão fácil combinar os sons que lhe vinham de graça. Complicado era conciliar o sono das palavras com sua vontade real. O espaço entre cada letra e sentido preenchido com pressa. Para não esquecer, ela encolheu sonho. Falaria disso mais tarde, quando o acaso fosse maior do que o prazo. 

MOMENTO


Olham para ela com certa estranheza. Talvez até desconfiança. Como pode assim descascar sentimentos? De onde virá força e firmamento? Dizem que ela tudo amontoa no fim de um pensamento. Quer a felicidade nem que seja por um momento. Por isso, eles quase a condenam ao esquecimento. Para que essa sede de sonho quando se espera despertar? Se fez juramento, abre a porta e ultrapassa o julgamento. 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

NOVO OLHAR


E aí eu fiquei olhando, observando, analisando. 
Olhei de novo, revirei, sacudi pra ver se caíam estrelas, mas só restava poeira. Distanciei o olhar, pisquei, pus óculos escuros, tirei. Foi tudo ficando embaçado. Babaca, pensei. Quando abri os olhos de novo, não estava mais ali. Simplesmente, nunca existiu.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O SENTIDO DA MARCA


O lado bom é ser feliz. O lado ruim é querer mais. Depois de horas, sentir o gosto, o cheiro, o sol e a sombra nos pensamentos. Deitar para esquecer, levantar para reviver. Em tudo, a marca. Em mim, o sentido. 

ALÉM

Você faz outra coisa além de sonhar e escrever? 
Sim, presto atenção nas pessoas. Eu busco as palavras mágicas que escondem lá no fundo de si mesmas como presentes desconhecidos. Recolho para mim todas as impressões. Eu roubo as pessoas. De algumas, até tomo emprestado. De outras, me aproprio da experiência e pena. Tenho muito trabalho entre o sonhar e o escrever: uma vida inteira. 

SEM MÚSICA


Preciso parar de escutar música. 

Cada vez que coloco trilha sonora no enredo do dia, 

tudo muda. 

Da comédia ao drama, tudo se intensifica sob a 

regência da grande maestra - minha imaginação.

domingo, 1 de setembro de 2013

NO IMPROVISO

Sensação de imprevisto. De algo assim revisto como chuva ao meio dia. Passos ainda não dados. Mãos ainda sem companhia. Sorrisos ocultos no sonho a estrear. O que será, será. Como o dia, como a vida. 

ÁGUA

Bastava mais um pouco de fôlego para mergulhar na vida. Como sereia ou pedregulho. Reaver o profundo entendimento, o tesouro em oceano perdido, a verdade em ostra escondida. Ser de novo água, para invadir corpo e alma.