A
gente se acostuma. Procura um canto mais confortável da dor ou do tédio.
Senta-se em determinado ponto seguro. Como se na vida houvesse, de fato, algo
seguro. O vazio torna-se o todo. Quando vê, já se tornou cola nos pés, peso nos
sonhos, areia nos planos. As palavras são repetidas, os ecos aguardados, o
silêncio adormecido. Acostuma-se a tudo. Ao que nem deveria existir. Ao nada. A
si mesmo.

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